"Ninguém é de ferro e muito menos de aço" dizia a
si mesma. Já fazia algum tempo que ela precisava extravasar o que incomodava seu
coração. Como uma pessoa reservada que não gosta de incomodar ninguém, buscava
desabafar os seus incômodos acumulado por meio de palavras e pensamentos
soltos. Talvez ali encontrasse conforto e refúgio para conversar, ver o que
realmente precisava ser mudado. O mês parecia longo, mal sabia que o próximo
mês a esperava, mas ela precisava que aqueles dias tivessem fim. No silêncio da
sala escura e fria, via-se diante de soluços calados, internos e murmuração escondido.
Entristecida ao notar o fato pensa mais uma vez consigo: O que falta?. Pensou,
pensou e pensou muitas vezes. Refletiu e olhou para si como há tempos não
olhava, lembrou-se de alguns conselhos que recebeu da vida. Logo saiu daquela
sala fria e escura, dirigiu-se até a porta principal e viu o céu cinza na Cia das
gotas de chuva. Ficou no canto para não molhar-se e observou em sua volta o que
tinha de precioso: O brilho. Não era um brilho qualquer, era algo que não
poderia expressar em palavras ou naqueles textos, desses de poesia e crônica.
Esse brilho vinha de dentro como olhasse nitidamente o reflexo da imagem
projetada no espelho, aquele rosto amigável, que por hora, triste. Então, algo
disse em suas entrelinhas: É só hoje e isso passa. Amanhã o céu estará de novo vivendo a sua temporada de chuva. A questão é: Seguir sempre em frente e ser
forte em tempo de solidão.
[De Assis]
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