LIBERDADE, AMOR E MÚSICA

segunda-feira, 24 de março de 2014

O professor francês

O ENCONTRO



Já faz algum tempo, porém ainda lembro com certa riqueza de detalhes a forma que nos conhecemos:

Eu estava atrasada. Naquela madrugada, eu tinha ficado acordada até às 4 da manhã, já que era início de período e o campus estava cheio de novidades, o que incluía alguns calouros que não eram de se jogar fora. 


Já eram 8:30 e eu já devia estar pelo menos no corredor Norte, rumo à aula do professor Joseph, em História da Psicologia. 

Eu estava vestida como uma típica universitária, usava o uniforme: Saia xadrez verde acima dos joelhos com as pernas à mostra, blusa de botões branca e sapatos pretos de saltos pequenos. No colo, carregava alguns livros, além de uma pequena mochila. O cabelo estava solto e sem maquiagem (o que era bem raro de acontecer).

Lembro-me de estar chegando às escadas quando ele me pediu informação sobre onde poderia encontrar o Bloco de Ciências Humanas e Literatura:


Ele estava com um pedaço de papel que tinha as informações de onde deveria se dirigir e quem procurar na mão esquerda. Na mão direita, uma pasta preta de couro com as iniciais R. B. bordadas em dourado. Estava todo de preto: palitó, blusa e sapatos. O cabelo estava penteado para trás com gel. Logo presumi que ele deveria ser um novo professor.

- Bom dia, você poderia me ajudar a encontrar este lugar? - Ele disse com sotaque carregado que o denunciava. Tirou os óculos escuros e aqueles olhos sorriram ao me olhar, eram verdes com um brilho que eu jamais havia visto em toda a vida.

René era um professor de Língua e Literatura Francesa nativo. Veio transferido para a Universidade. 

- Claro! Você está perto, é só subrir as escadas e seguir o corredor da direita. - Eu apontava enquanto ele inclinava atentamente a cabeça na direção do corredor amontoado de estudantes e professores.

- Muito Obrigado. - Respondeu com um ar despreocupado.

- De rien. Respondi.

Ele sorriu. 

- Você fala francês? 

- Un peu. Soltei como quem quer se exibir. - Você é francês não é?

- Sim. A propósito, sou o René Bernard. - Disse enquanto segurava e beijava minha mão e me olhava fixamente nos olhos. 

- Preciso ir. Disse após um pequeno sorriso bem malicioso. - Ele também sorriu e apenas acenou com a cabeça. 

Virei as costas e comecei a subir as escadas. Tive a impressão de que estava sendo seguida com o olhar... Depois de alguns passos, olhei para trás. Minhas suspeitas se confirmavam: ele continuava no mesmo local, ao pé das escadas como se estivesse esperando até me perder de vista ou apenas dando uma boa olhada nas minhas pernas, já que a posição que eu me encontrava agora, dava uma vista bem melhor.


Não disfarçou ou desviou o olhar, apenas continuou me olhando... 



Naquele instante, eu percebi que as coisas não seriam as mesmas...



             


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

28 de Agosto de 2013: Pôr-do-sol em Manaus.

Imã Personalístico

Entre flores no seu ventre
e borboletas relaxantes
dentro do seu estomago?
Dentro dos sonhos
Dentro do cosmos.
Enxergo-te em escalas derrapantes
Ainda que inconstantes
Fez-se valer em papos categóricos.
Por que uma verdade escondida
Talvez seja a verdade que eu lhe conte a cada dia
Que estais dentro do meu fetiche
Meu imã magnético
Personalístico.

Kamis Apa.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Especioso

E tenho amado tanto
Amor que não mede, mas cura
Tranquiliza, conforta
Solidão que não tem vez, não existe
Sorriso que alegra os dias
Ausência que diz: Preciso te ver de novo

E tenho amado tanto
Aquele abraço
Quando diz que tem saudade
Dias de bobeira
Mergulhos no rio

E tenho amado tanto
Cuidar
Proteger
Dispor
Estar

E tenho amado tanto
Amor amigo
Amor paixão
Amor carnal
Amor sem rótulos

E tenho amado tanto
Que apenas vai vivendo
Sem mendigar
Esquentando esse amor
Com amor amor

E tenho amado tanto
Nas palavras
Nas atitudes

Velando, zelando com flores

E tenho amado tanto
Amor que queima
Que é luz
Não apaga
Sem fim por ser terno.


(De Assis)


Inspiração ao som da música 'Amor barato', Chico Buarque - Manaus 19.07.2013 -
Dedicado alguém que tem feito-me muito bem. O nome guardo em sigilo. 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O que adorei


Estive pensando no quanto adorei toda a tua assimetria.
Todos os dentes de sua boca,
E aquele frio que me dava na barriga.

O seu ar de desdenho,
Toda a sua indiferença,
Ou quando inventava um novo engenho...

Adorei mais ainda, o seu sorriso sincero.
O brilho nos teus olhos.
E quando você dizia: Eu te quero...

Aquele olhar distante ou quando passava a mão pelo próprio cavanhaque.

Adorei o quanto discursava levantando suas opiniões, ou quando apenas implicava querendo despertar novas emoções.

Todas as suas analogias,
Quando tocava o seu violão,
E quando me fazia chorar de raiva ou alegria...

A maneira como fumava o seu cigarro,
Os poemas que recitavas,
E todas as vezes que me causou asco.

Adorei teu sussurrar e adorei também todas às vezes que me fez gritar.
Adorei os livros que me destes e que hoje permanecem na minha estante...

Mas hoje o que tanto adorei, se torna cada vez mais distante.


R. Aimê

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

SIMPLES ACORDES

Era fim de tarde e ela, ao mesmo tempo em que dedilhava as macias cordas de seu violão, cantava. Uma canção simples, que falava de amor, que traduzia em melodias seu sentimento naquele instante. E nada a fazia perder a concentração. Estava simplesmente viajando em seu pequeno mundo de pensamentos, de devaneios, de anseios. Sentada à beira de uma escrivaninha bem ao lado de sua cama, cantava e cantava. Não esboçava nenhum sorriso. E, de olhos fechados, deixava a música envolver todo o seu ser. As janelas abertas permitiam ouvir um som majestoso que se juntara aos acordes do violão. Era uma fina chuva que caía lá fora. Após longos momentos em êxtase, caminhou até a janela e concentrou-se na bela paisagem que a natureza proporcionou. A chuva, agora mais intensa, molhava as coloridas flores que enfeitavam seu lindo jardim. Ela olhava penetrantemente cada gota e acompanhava o percurso da chuva desde o momento em que tocava as flores, as folhas até o momento em que caía sob a grama encharcada por tantas gotas d’água. E ouvia o som, o som da chuva, da água caindo, dos pássaros que àquela hora, quase noite, tentavam se recolher. Tudo era música. Todos aqueles sons se transformaram em uma verdadeira orquestra, regida por uma expectadora apaixonada que contemplava toda aquela maravilha e pensava. Pensava em tudo, no amor, na vida, nos momentos, nas oportunidades e no quanto era grata por tudo aquilo. E como se todo aquele tempo tivesse passado em poucos segundos, percebeu que já era noite. A chuva havia passado, porém, deixou um vento frio que a fez deliciar-se com uma quente taça de vinho. O violão, ali no canto, fora seu companheiro durante toda a noite. Escreveu versos, rabiscou poemas que ao longo da madrugada transformaram-se em lindas canções interpretadas por ela mesma. A cada gole, um novo pensamento, um novo verso. E tudo se transformava em música. A inspiração? Vinha de dentro, de um forte e inexplicável desejo de traduzir seus mais íntimos sentimentos. Traduziu... Traduziu através das coisas simples e percebeu que todo momento é o momento de ser feliz. A música era seu maior alívio, seu consolo, era sua companheira em momentos de crise, era sua imensa alegria e mais pura felicidade. Ela viveu todos aqueles momentos, sentiu a música a cada instante e fora feliz mais uma vez.

[Nely Vital]


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Sobre a vida




Todos os dias nascem pessoas que no futuro de algum modo fará diferença nesse universo
Somos criaturas dotadas de energias e criatividades
Humanos de coração fisicamente pequeno, mas grande em sua dimensão espiritualizada.

Todos os dias surgem em nossa estrada da vida bons motivos para ter alegria com a existência
Por mais complicada que esteja à caminhada haverá adiante o desenrolar do “complicado”.

O importante é que venhamos a crescer e jamais ser altivo.

Todos os dias são importantes para conectar-se ao mundo interior e exterior
Deixar palavras de amor, cultivar bons relacionamentos e sair florindo os outros universos
Estes universos é a mente de outros seres como você e eu.

Todos os dias é um excelente dia de começar de novo
É um bom motivo para construir novas pontes
Pegar aquela pedrinha e fazer dela uma casa com janelas e portas
Deixando pessoas, coisas positivas e o sol iluminar.

Todos os dias é dado a nós mortais sempre nova chance de ser e fazer felicidade.

Sorria...Permita...não pare.

[De Assis]



Considerações:


Estas linhas é inspiração do 'The Mountain' e dedico a uma pessoa que faz a diferença neste mundo...no meu mundo com sua energia positiva. Nesse dia 22 de fevereiro de 2013, completa mais um ano de vida a minha adorável e amiga Kasmin Carnevali. Lembre-se, como diz o vídeo: O céu é o limite. 

Feliz aniversário doce Kasmin!