Estive pensando no quanto adorei toda a tua assimetria.
Todos os dentes de sua boca,
E aquele frio que me dava na barriga.
O seu ar de desdenho,
Toda a sua indiferença,
Ou quando inventava um novo engenho...
Adorei mais ainda, o seu sorriso sincero.
O brilho nos teus olhos.
E quando você dizia: Eu te quero...
Aquele olhar distante ou quando passava a mão pelo próprio cavanhaque.
Adorei o quanto discursava levantando suas opiniões, ou quando apenas implicava querendo despertar novas emoções.
Todas as suas analogias,
Quando tocava o seu violão,
E quando me fazia chorar de raiva ou alegria...
A maneira como fumava o seu cigarro,
Os poemas que recitavas,
E todas as vezes que me causou asco.
Adorei teu sussurrar e adorei também todas às vezes que me fez gritar.
Adorei os livros que me destes e que hoje permanecem na minha estante...
Mas hoje o que tanto adorei, se torna cada vez mais distante.
R. Aimê
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