LIBERDADE, AMOR E MÚSICA

domingo, 29 de janeiro de 2012

Psicolidelicando entre pontos abertos

“São caboclos querendo ser ingleses.” (Burguesia – Cazuza)


Interessante esta pequena linha da música ‘Burguesia’. Nos últimos dias venho acompanhando a questão dos Haitianos que tem sofrido com balas de palavras e discriminação de todas as formas na cidade de Manaus. E mais interessante ainda é ver alguns dos meus conterrâneos serem tão malfeitor em tiros e lanças de palavras afiadas. Esquecem que quando saem de Manaus para outras capitais como a grande São Paulo são taxados de INDIO – Sabendo que eles também são tão índios ou negros como nós (Amazonenses) e haitianos. Esquecem que fora do país também são conhecidos como “cucarachos”, modo pejorativo dos estrangeiros tratarem os brasileiros. Significa “barata” ou seja  inseto - bicho imundo.
Certa ocasião em uma conversa intima com a minha melhor amiga, soltei o seguinte pensamento: Quanto mais a pessoa estuda, muito mais ignorante ela é. Daí veio argumentação de todas as formas, sintetizei o seguinte: Não estou referindo apenas em saber de outras novidades e mundos desconhecidos de seguimento intelectual. Estou referindo a própria ignorância do individuo. Tem gente que se acha o melhor, pois aparentemente do seu intelecto sabe muito mais do que outro. Por isso a tal ignorância. Então, achando-se no direito de “pisar”, humilhar e satisfazer o ego.

Incrível como tem de pessoas na “barelândia” tentando justificar o seu não da entrada destes sobreviventes haitianos. Alguns têm resposta incrivelmente interessante, outros que desculpem a linguagem: Como existe gente burra e desinformada.
Incrível ver pessoas comparando atenção umbiguitária, melhor egocêntrica com isso ou aquilo que o governo faz ou deixa de fazer para os seus cablocos, diga-se de passagem, que sempre tem vagas de trabalho e vaga para estudar na escola. Agora, se não está capacitado profissionalmente por conta da burocracia, ainda dá tempo de buscar melhorias. Digo isso porque nas poucas viagens que fiz a trabalho e a lazer por este Amazonas a fora, vi pessoas de terceira idade correndo atrás de melhorar  sua vida. Vi a minha mãe com os seus 40 e poucos anos formar na área de saúde e atuar no mercado de trabalho passando em dois concursos publicos, porque simplesmente foi atrás: Estudou e não teve medo de encarar os desafios. Não se conformou e seguiu adiante enfrentando os “nãos” da vida com cabeça erguida. Nada é justificável. Para quem não sabe, o Governo sempre oferece boas vagas de cursos sem pagar nada e quando paga é uma taxa. Tem gente que diz que não tem dinheiro, mas tanta gente sem nada consegue fazer milagre. Não coloque culpa ou responsabilize nos terceiros.
Ouvi e li de várias pessoas o seguinte: Se o meu Estado não cuida dos seus, imagina-se o do estrangeiro. Quem deve cuidar é o Estado Federal (Bsb). Pergunto: como assim?! Ah! Entendi! Olha, até entendo e não discordo de modo algum, desta parte. Mas o papel do Estado é ir atrás deste “cuidado” do Federal. Ninguém (digo nós, meros cidadãos bares) é obrigado ajudar, a colaborar. Todos têm o livre arbítrio de pensar e fazer o que é conveniente para si. O Mesmo digo em referencia ao Brasil, sendo uma vez livre de ir e vir.
O problema não começa por nós, infelizmente o problema desta liberdade começa lá em Brasília em ação conjunta com os nossos representantes, que uma vez representa o seu auto-bem, auto-comodismo barateado pelos votos que nós cidadãos damos a eles. Agora, digo: Por que tanta intolerância? Esses pobres coitados vêm em busca de um sol melhor, busca de paz e não de guerra.

Sabe o que é mais engraçado nisso tudo? É que nós Amazonas estamos provocando essa guerra urbana como disse no inicio: Com palavras de malfeitor em tiros e lanças afiadas. Triste realidade que está tomando conta aos poucos em nossa cidade. Triste realidade da ignorância e falta de entendimento alheio. Quanta falta de humanismo. Mas, o que você ou eu podemos fazer?! Acredito que nossa parte. Se não gosta da presença deles, porque sente-se ameaçado na questão do mercado de trabalho ou qualquer coisa do gênero? O meu conselho: Continue fazendo o seu trabalho profissional, semeando o seu pão. Lugar tem para todos, mas acredite com sombra e água fresca é para poucos, poucos que estou referindo é: Estude, estude e estude.
Lastimável é ver que pessoas "entendidas e educadas", tenham tamanha ignorância. Tem gente que vai na passeata dos animais ou sustentabilidade com relação ao meio ambiente que, o devaneio de pobreza espiritual para o irmão humano é abaixo de zero. Sabe o que mais espanta quando vem ao pensamento? Vamos imaginar que se fossem os americanos afetados pelo terremoto e tragédia? – Sei, é impossível, mas são brancos e influentes – Imagina apenas uma mera possibilidade disso acontecer?. Imaginou? Caso muitos destes quisessem migrar ao nosso país?! A pergunta: Nós ficaríamos na defesa?! Claro que não, se duvidar até cederíamos um quartinho da nossa casa ou a cama extra.
Fico apenas pensando que a humanidade talvez um dia já foi mais humana. Penso e recordo da literatura que tive na infância de um livro que na capa a imagem de um pai com um garotinho nos ombros, lembro bem de ter lido algumas páginas e fiquei atônita. Não acreditava que viveria para crer a falta de acolhimento alheio. O porque de viver? Pelo jeito que o mundo anda perigoso demais, dá certo medo de andar por aí sem olhar dez vezes antes de atravessar a rua – Sentindo figurado.
Contudo meus caros, apenas é um desabafo sobre este assunto que torna-se polêmico no dia a dia. Tem tantas outras coisas e assuntos mais relevantes para se preocupar e defender, do que a situação da chegada dos haitianos em território manauara.
Vamos repensar em nossas ações. Seja influenciador e não mais um influenciado.

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